[FANFIC] Artífice | Capítulo II

Olarrr, meus jinxers da pesada! Como passaram os últimos dias? Eu to apenas o pó da rabiola. Não está sendo fácil. No momento, estou burlando regras no trabalho enquanto tento não capotar em cima do teclado de tanto sono. Pra não perder o hábito de postar regularmente e acabar abandonando o blog de novo, vou postar o segundo capítulo da fanfiquinha de Arcane que escrevi. No momento, estou escrevendo o terceiro capítulo, e infelizmente ele provavelmente vai ter umas 80 páginas (é sério).

Com vocês............ Artífice!

Artífice 
Série: Arcane
Classificação: 16+, acho?
Personagens principais: Jinx, Ekko, Cailtyn Kiramann
Tags/TW: tentativa de suicídio, depressão, automutilação
Resumo: Enquanto Ekko e Vi lamentavam a perda de uma das pessoas que mais amavam, Caitlyn Kiramann não conseguia tirar os dutos de ventilação da estrutura dos Hexportais de sua cabeça. Ao mesmo tempo, a filha de Zaun dada como perdida segue sua jornada por Runeterra, tentando, no caminho, se encontrar.

 

Em Demacia | A maga fugitiva


Os cabelos curtos eram refrescantes no calor que fazia naquela cidade. Não imaginava que, quando realizasse seu sonho de andar em um dos famosos dirigíveis que saíam de Piltover, seria como clandestina em uma viagem de carga, mas em sua vida poucas coisas haviam saído como planejado.

Olhando ao redor, estranhou a arquitetura do lugar. Tudo era extremamente branco, dourado e azul de uma forma muito mais opressiva do que a já opressiva o suficiente em Piltover. Sentada em uma esquina, usando o manto que havia pegado emprestado de uma certa viajante bananuda, Jinx tomava seu suco Piltovense de forma calma enquanto analisava o caos ao redor.

Demacia era um lugar extremamente entediante. Nada acontecia naquele lugar. Nem mesmo a fofoca de revolta dos magos e fuga de uma das principais herdeiras da nobreza conseguiam tornar aquele ambiente menos ordeiro e correto, e aquilo simplesmente dava nos nervos. Nesse aspecto, Piltover pisava e muito na Terra da Justiça. Um a zero para o Progresso e sua opressão armada.

Tentando abafar as vozes principalmente de Mylo torrando sua paciência, Jinx rememorou sua última conversa antes de se despedir de sua “salvadora cabrita” – como havia passado a chamar a viajante que tornara possível sua viagem para aquele lugar enfadonho.

“– Sabe, você… Você é bem peculiar pra uma vastaya. Não que eu tenha visto muitos, mas… Sabe? Você tem todo esse – rodou uma das mãos, como quem tentava demonstrar o corpo de sua companhia em uma apresentação da Academia – troço com cura e esse cajado e cara, suas tatuagens brilham! Isso não pode ser normal. É normal? Bem, eu não sou muito de ligar para o normal mas…

– Talvez, Powder – e Jinx grunhiu como sempre fazia ao ouvir esse nome –, a questão é que eu não seja uma vastaya.

E então, sorriu, da forma gentil e enigmática como sempre fazia.”

– Se não é vastaya que porra então vai ser, caralho?

– Nossa, eu achava que eu era a única por aqui que falava sozinha!

Jinx suspirou, pouco antes de fingir que não havia escutado o comentário vindo da voz aguda e alegre a poucos metros de distância. Infelizmente, não adiantou.

– Você é nova por aqui, né? Eu teria te reconhecido com esse corte de cabelo tão estiloso! – disse a voz, se aproximando. Jinx continuou tomando seu suco como se ainda não tivesse se tocado, mas a voz se sentou ao seu lado e tentou se apresentar.

– Olha, se você precisar de ajuda, meu nome é L…

Entretanto, Jinx não estava muito disposta a conversar ou se apresentar pra alguém, então puxou uma faca de sua bota e, colocando no pescoço da intrometida, simplesmente interrompeu seu discurso de introdução com um singelo:

– Não enche.

E, ainda com a faca no pescoço da infeliz, continuou:

– E vaza daqui antes que eu te corte na jugular.

Como esperado, aquilo não desanimou a recém-aproximada e a garota simplesmente retrucou:

– Puxa vida, você não é mesmo de conversar, né? – disse, se ajeitando um pouco para que a lâmina da faca não se empurrasse para seu pescoço e dando uma risadinha. Jinx resolveu finalmente analisar o rosto de seu incômodo, e a primeira coisa que notou foram os grandes e intensos olhos azuis, rodeados por cílios e sobrancelhas tão loiros que pareciam inexistentes. Os cabelos loiros e lisos caíam por sobre os ombros e davam forma ao rosto pálido e um tanto sujo que sustentava lábios rosados e um tanto desidratados devido ao descuido.

– Saco. – Jinx disse, antes de retirar a faca do pescoço de sua companhia indesejada e guardar novamente em sua bota. Pegou o que restava de seu suco Piltovense e terminou de beber, olhando para a garota antes de responder – Se você quiser meu suco, você se fodeu: acabou de acabar.

– Não, não, não! Eu não quero seu suco! – a voz continuava do jeito que Jinx odiava: aguda, alegre e irradiando otimismo – Eu só quero te fazer companhia! É… meio solitário ficar aqui sem ninguém, não? Pelo menos, pra mim tem sido bastante… Mas… tudo bem se você não quiser companhia! É só que…

A voz se interrompeu de maneira abrupta. O corpo enrijeceu, e os olhos azuis se abriram exageradamente, as pupilas se dilatando de forma quase cômica. Havia algo na maneira como a garota de voz esganiçada observava a pouca luz que se infiltrava no beco, mas Jinx não conseguiu identificar muito bem o que acontecia.

De sopetão e tomada pela surpresa, viu seu punho ser agarrado por uma mão fina e macia, e seu corpo ser puxado para cima, levantando-se em uma corrida desesperada que continuava sem entender. Guiada pelos passos sôfregos e pelos cabelos loiros presos em uma tiara forrada com veludo azul, Jinx e sua nova companheira cortavam becos e vielas como quem considerava aquela cidade seu playground.

Finalmente em presumida segurança, a companheira abriu a própria mão, que Jinx percebeu não estar mais apertando seu punho, mas sim com seus dedos entrelaçados. A garota de voz estridente se jogou em uma parede e começou a arfar, claramente desacostumada a correr.

Jinx, por sua vez, sentia o corpo formigar e a sensação de complitude tomar as rédeas de seus pensamentos.

– Essa… – a voz estava ainda mais aguda com a exaustão – Essa foi por… Nossa, foi por pouco mesmo! Eu… eu nem sei se você está aqui legalmente…

Obviamente, Jinx não estava.

– Por isso te puxei mas…

Jinx olhou para o lado, onde um cartaz de procura-se mostrava uma ilustração pouco fiel de sua nova sombra. Apontando para o papel, ela interrompeu o discurso arfante, comentando um singelo:

– Cara, eles erraram seu nariz mesmo, né? Hahahaha, tu tá parecendo até o Rei Troll antes do remake! Hahahahaah!

Jinx aproveitou o momento de euforia e surpresa e arrancou o cartaz da parede, lendo com atenção o que o papel dizia. Sua companheira dos cabelos cor de ovo tentava impedir que ela seguisse com a análise do cartaz, mas daquela vez, seu sucesso ficaria para outra ocasião.

– “Procura-se. Em nome do nosso grandioso Rei Jarvan IV”, ih, mudou o babaca usando o troço na cabeça? O outro foi de arrasta? Que climão, hein? Ca-ham. “Em nome de nosso grandioso Rei Jarvan IV, por alta traição da Corte Real”, amada, o que foi que você fez? Nem eu recebi uma acusação dessas, e eu meio que assassinei metade de um Conselho Legislativo, hehe. “Traição da Corte, bla bla bla, revol…”

Jinx voltou os olhos para o rosto de sua companheira, um tanto surpresa. Olhos azuis intensos a fitaram de volta, e ela sentiu o folheto sendo retirado de suas mãos, com a voz esganiçada completando o que Jinx estava para ler como se soubesse de cor:

– Revolta e desobediência civil e uso de armas e técnicas proibidas. Recompensa: quinhentos mil em ouro. Por ordem da Casa Stemmaguarda, declaro inimiga pública Luxanna, conhecida como A Dama da Luz.

Jinx respirou fundo e simplesmente replicou com:

– Cacete… 

Aparentemente, os Deuses queriam mesmo que ela se tornasse uma revolucionária.

– É agora que você vai atrás da polícia me denunciar? – a voz esganiçada tinha um tom de desafio e os olhos azuis se mantinham altivos ainda que sua dona estivesse em posição de desvantagem. Jinx, entretanto, sentou-se com as pernas em uma posição de lótus completamente errada, suspirando mais uma vez, e respondeu:

– Eu não entrego ninguém pra polícia, garota.

A não ser ela mesma quando a policial por acaso era sua cunhada, mas isso é um mero detalhe.

Os olhos azuis intensos brilharam em alívio, e a garota voltou a se sentar. As paredes brancas dos prédios continuavam opulentas e desnecessariamente alvas, mas algo no desalento e desespero daquela menina trouxe algum conforto ao coração confuso tentando se reconstruir.

– Então… “Luxanna”.

– Lux! – a garota A interrompeu. – Pode me chamar de Lux! Sabe, eu até prefiro… Luxanna é meio comprido e tal e…

– Já que você gosta taaanto de falar, me conta: por que tu tá nesse cartaz com esse nariz horrendo? Duvido que tu tenha feito algo grave o suficiente pra merecer de fato essa recompensa aí. – Jinx comentou, sentindo-se desaplaudida. Nem sua própria recompensa era tão alta assim.

Lux estendeu a mão, fechando os olhos e parecendo se concentrar. Jinx então percebeu que a área ao redor da mão estendida parecia se distorcer, como em uma ilusão de ótica, ou do mesmo jeito que o chão quente de Zaun ficava em um dia de verão. O pequeno espaço começou a se distribuir em feixes prismáticos e, de repente, uma bolota iluminada tomava o lugar, irradiando uma vibração brilhante. Então, Lux virou seu rosto, agora iluminado por sua própria criação, para Jinx e seus olhos se encontraram.

Jinx não tinha dúvidas: de alguma maneira, Lux tinha acesso à tecnologia hextec.

– Foi isso que eu fiz. Eu aprendi a usar…

– Magia – completou Lux, com pesar.

– HEXTEC! – Jinx gritou, com um tom incrédulo. – É CLARO! Os Pilties odiariam ver sua tãaaao amada hextec nas mãos de qualquer outra pessoa, então obviamente te consideram uma pirata! Fala logo, cadê a pedra que você roubou? E de onde essa tal Casa Stemmaguarda conhece os nojentos de Piltover? Foi deles que você roubou? Vai, me contaaaaaaaaa!

Lux estranhou a súbita mudança de humor de sua nova amiga, mas estranhou ainda mais o papo de pilte, roubo e esse negócio que ela chamava de requisté. Nada do que aquela pessoa falava estava fazendo sentido, e o olhar brilhante com um tom de magenta cada vez mais intenso estava começando a assustar.

– E-e-e-eu não roubei nada! Eu nem sei o que é tudo isso o que você tá falando!! Dá… será que dá pra soltar meu ombro??? Cara, você tá me assustando. Ei, espera, não tá ouvindo? Os guardas nos acharam!!! 

Mas Jinx não conseguia se soltar – as vozes em sua cabeça estavam altas demais para ouvir a Lux.

– Ai, por Kayle…

O devaneio – que na verdade, era mesmo uma crise – foi cortado pelo grito esganiçado e uma barreira prismática sendo formada em frente aos corpos, enquanto Lux jogava todo o peso de seu corpo não muito grande em sua amiga, empurrando as duas ao chão e rezando à Julgadora para que seu truque funcionasse.

Foi então que ambas os viram: os soldados vestidos com armaduras metálicas infundidas de petronita, brilhando mais do que Jinx havia visto a careca de Singed brilhar. No meio dos soldados, um em específico chamou a atenção de Jinx: ele era alto, tinha cabelos curtos e castanhos e olhos tão azuis e tão intensos quanto os de Lux. Sua expressão corporal dava a entender que ele havia percebido que elas estavam ali mas, por alguma razão, o soldado Ele pareceu as descobrir mas, o que quer que tenha visto, optou por ignorar o que quer que tivesse visto e seguir com os demais soldados, como se nada tivesse acontecido.

Lux seguiu segurando a barreira por tempo suficiente para que os passos pesados de seus perseguidores não fossem mais ouvidos, e se jogou no chão, ao lado de Jinx, se esgueirando para se sentar encostada na parede de um dos prédios. Jinx fez o mesmo. Lux, então, perguntou:

– Você ainda não me disse o seu nome e acho que, depois dessa, esse é o mínimo que você me deve.

Jinx, então, virou para o lado, apenas para lidar mais uma vez com os intensos olhos azuis a observando de maneira quase obstinada. Dando um leve suspiro e sentindo que aquele dia duraria muitos meses, simplesmente respondeu:

– Me chama de Jinx.



E por hoje é isso, fanfiqueiros da arca perdida! Quando terminar o próximo capítulo posto aqui pra vocês avaliarem, ok?

;*



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Agente Sundown, em posição!

Artemyss, bibliotecária e cosplayer. Divide o tempo entre reclamar da vida e jogar Borderlands. Fotógrafa, trilíngue, shippeira e fangirl. Blog de opiniões pessoais e cotidiano com assuntos aleatórios. Atualmente está refém das amarras do capitalismo e não consegue mais fazer lives, mas está o dia todo procrastinando no BlueSky 🦋 (+)

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