Eu to bem borocoxô

Sei lá, velho...

Pensei muito antes de transformar isso em um post no blog. Tentei escrever outras vezes, cheguei a criar posts no BlueSky que logo apaguei, e ponderei se valia a pena me abrir tanto em um espaço tão público, mas a verdade é que eu tô sem ninguém pra conversar e minha terapeuta tá de férias então... É.

Logo aviso que esse post vai ter vários gatilhos relacionados principalmente a depressão e ideação suicida então... Já sabe né?

Mas voltando à parte onde eu divago sobre abrir ou não meu coração nesse pedaço da internet, basicamente não me sobram opções no momento (hoje, dia 14 de março de 2025 às 17:00). Os motivos vão vir em algum momento desse texto, mas agora, aqui, enquanto eu procrastino no trabalho e tento não chorar, esse espaço é o único lugar que pode me ouvir.

🐱🐱🐱 Atenção!!! Aviso de Gatilhos! 🐱🐱🐱

Minha vida tá uma bagunça. Eu to bem endividada. Tive meu segundo cartão de crédito cancelado por falta de pagamento e nem é exatamente por falta de recursos, mas sim, por falta de planejamento. O casamento e a viagem de Lua de Mel exigiram muito mais do que eu imaginava em termos financeiros e agora pouco mais de seis meses depois eu estou... Bem, estou falida e deprimida. Não estou mais em acompanhamento psiquiátrico porque não posso pagar pelas consultas e isso tem me dado uma recaída infernal já que sem psiquiatra a gente também fica sem remédio. Ando tão sem grana por tentar organizar minha vida financeira (spoiler: falhei miseravelmente) que nem dinheiro pra um lanche na rua eu ando tendo. Tá um inferno.

Eu constantemente quero morrer.

Sei que essa sensação é totalmente resultado da minha condição psiquiátrica, mas ainda assim ela não deixa de ser real. Por que eu tenho que ser tão fodida da cabeça? Eu podia ter nascido normal, mas nasci com problemas graves de captação de serotonina e agora tô aqui pensando se é de bom tom traumatizar um condutor de trem no horário de pico da volta do trabalho porque eu to me sentindo miserável.

Eu me sinto sozinha o tempo todo. É normal, mesmo quando tô medicada, porque eu sempre me senti, sinto e provavelmente sentirei isolada de todo mundo -- uma constante estranha no ninho --, mas nos últimos tempos tá pior. Parece que todo mundo seguiu em frente e eu tô aqui, a mesma Fuinha de 1992, só mais gorda e mais velha e com mais vontade de acabar com tudo, mas ainda a mesma. Eu não me sinto parte de nada, não reconheço mais meus amigos, sinto que estou sendo deixada pra trás e que não me encaixo na vida de ninguém. Ninguém fala seus segredos íntimos pra mim. Ninguém discute efemérides idiotas comigo. Ninguém realmente se aproxima. Parece que sou um ídolo, uma peça de adoração, um bonequinho de plástico importado feito pra ficar na prateleira e ser admirado quando convir.

Ser um action figure dói bastante.

Eu também não me reconheço mais. Percebi recentemente que minha depressão desencadeia episódios de distúrbios de imagem e eu não sei mais quem eu sou. Constantemente eu me olho no espelho e acho tudo horrível, desproporcional, objetivamente feio, grotesco, irreconhecível. Um bicho. Um monstro em forma de gente. 

Um fracasso. Minha casa tá parecendo um lixão há meses porque eu não tenho a menor energia pra arrumar e toda vez que eu penso nela eu me sinto uma falha. Eu tenho vergonha do lugar onde eu moro. Se pudesse tocar fogo em tudo e fingir que aquilo nunca aconteceu, a probabilidade de eu aceitar seria bem alta.

Eu sempre estendo a mão pra todo mundo, mas quando preciso de ajuda, parece que ninguém se importa. Eu tô cansada de ser forte, de ser um pilar pra todo mundo. Eu só queria um pouco de acalento, mas no fim do dia eu ainda tenho que resolver um monte de B.O., meus e do resto do mundo, e seguir em frente. Sem tempo pra descanso, sem colo de ninguém, sem rede de apoio (principalmente financeiro) pra me segurar quando eu preciso. Sou só eu. Eu e meus traumas. Eu, e meus traumas, e minhas dores e a constante sensação de que seria melhor pôr um fim em tudo.

A sensação de que ninguém realmente entende o que eu estou falando ou sentindo nunca sai da minha cabeça. Não importa com quem eu fale, as respostas sempre parecem vazias. A terapeuta parece só estar lá para apontar meus defeitos (de certa forma, ela tá). Eu tô sempre deslocada, fora do meu lugar, fora da vida. Como se simplesmente não fizesse sentido existir.

E a cada dia que passa eu sinto que não faz, mesmo. Trabalho 9h por dia de segunda a sexta pra nada. Pra ficar dando meu dinheiro pra banco. Pra chegar em casa e me sentir uma intrusa no meu próprio lar. Pra não conseguir conversar como um ser humano normal com ninguém. Pra todo mundo me tratar como algum tipo de entidade paranormal, sempre distante, nunca igual, nunca merecedora de conhecer os detalhes mundanos das vidas de outrem.

Eu tô exausta. E triste. E tão, tão, mas tão sozinha.

Eu só queria alguém pra conversar.

Mas eu sou quebrada demais pra isso.


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Artemyss, bibliotecária e cosplayer. Divide o tempo entre reclamar da vida e jogar Borderlands. Fotógrafa, trilíngue, shippeira e fangirl. Blog de opiniões pessoais e cotidiano com assuntos aleatórios. Atualmente está refém das amarras do capitalismo e não consegue mais fazer lives, mas está o dia todo procrastinando no BlueSky 🦋 (+)

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